Bianca balança a cabeça, incrédula diante dos planos ousados de Vittoria, sem saber se admirava sua coragem ou temia sua imprudência.
— Vittoria…
— Eu sei, é loucura. — Vittoria admite, soltando um suspiro prolongado que parece carregar o peso do mundo. — Mas preciso, ao menos, sonhar com um pouco de normalidade. — Continua, a voz embargada pela fadiga. — Esses últimos dias têm sido tão duros, que sinto como se a cada amanhecer mais um fardo caísse sobre mim.
Antes que Vittoria consiga continuar ou que Bianca formule qualquer pergunta, a porta se abre de repente, atraindo imediatamente o olhar das duas.
Vincenzo exibe um sorriso contido, um disfarce habilidoso para esconder todas as preocupações que lhe pesam por dentro.
— Bom dia, Bianca. — Vincenzo cumprimenta, com a polidez habitual que reserva às pessoas com quem não mantém tanta proximidade.
— Bom dia, senhor Lucchese. — Bianca responde, sustentando uma formalidade que cria distância, mesmo diante da educação dele.
Ele se aproxim