A garganta seca no mesmo instante, como se a castigasse somente por ousar pronunciar aquelas palavras.
— Principessa, podemos almoçar amanhã? — Alfonso sugere, com uma voz mansa demais, tão ensaiada e artificial que não chega a convencer nem a si próprio.
— Infelizmente, terei que recusar, papà. — Vittoria responde, de imediato, ainda mais agora que enxerga a realidade da qual sempre tentou se afastar.
— Cosa sta succedendo, figlia? — Pergunta, em um tom calmo, quase paternal.
— Não está acontecendo nada, papà. — Responde, voltando-se para o fogão e retirando o molho do fogo. — Estou muito atarefada ultimamente.
— Atarefada com o quê, Vittoria? — questiona Alfonso, a voz carregada de sarcasmo. — Com a rotina previsível de dona de casa? — Continua, como se fosse incapaz de imaginar uma mulher em qualquer outro papel além desse.
— Cumpri o objetivo, não cumpri? — Rebate, o sorriso torto estampado no rosto. — Passei a vida inteira sendo treinada para isso, a boneca de porcelana da máfi