O carro permanece inclinado no riacho, a água gelada batendo contra a lataria e invadindo lentamente o interior pelo assoalho amassado.
O motor ainda solta estalos abafados, misturados ao barulho constante da correnteza, enquanto o veículo desliza lentamente pela água do riacho, rangendo a cada movimento.
Vittoria recobra a consciência gradualmente, os olhos se abrem turvos, ardendo com o sangue que escorre pelo rosto e se mistura à água lamacenta que já alcança suas pernas.
O corpo dela treme, a respiração sai curta e entrecortada, mas o instinto a obriga a virar a cabeça em busca de Vincenzo.
Ele está caído ao lado, imóvel, a cabeça tombada contra o volante, enquanto o sangue escorre em filetes e pinga lentamente sobre o próprio volante.
— Vincenzo. — Vittoria chama, em um fio de voz quase inaudível, enquanto a mão trêmula se estende até alcançar o ombro dele.
O desespero a domina quando ele não reage, ela o sacode repetidas vezes, a voz embargada em súplica, mas Vincenzo permanec