Se eu pudesse contar a minha história em poucas palavras, talvez dissesse que ela é feita de recomeços. De quedas e levantes. De sonhos partidos e, depois, reconstruídos. Mas não seria justo com tudo o que vivi, com cada pedaço de dor e amor que me moldou até aqui. Então hoje, enquanto o coração ainda pulsa no peito com a lembrança fresca dos olhos de Rafael sobre mim, resolvi permitir-me narrar tudo o que fui, tudo o que sou, tudo o que estou me tornando.
Eu já acreditei em amores eternos. Naquela época, eu tinha uma visão quase ingênua sobre a vida. Acreditava que bastava amar para ser amada. Que bastava se entregar para ser acolhida. E então, como num castelo de areia que sucumbe à primeira onda forte, vi tudo o que sonhei desmoronar diante dos meus olhos. O que começou como promessas e encantamento terminou em solidão, descaso e feridas que pareciam que nunca iriam cicatrizar.
Amar, para mim, tornou-se um ato de coragem que eu não sabia mais se possuía. Entreguei tanto de mim,