Havia algo diferente na forma como Rafael tocava Elisa. Não era apenas desejo — embora ele existisse, intenso e pulsante — mas um respeito quase sagrado pelo corpo e pela alma dela. Toda vez que ele a beijava, parecia que dizia, sem palavras: “Eu te vejo. Por inteiro.”Naquela noite, o quarto deles estava banhado pela luz suave do abajur. Elisa usava uma camisola de seda azul-marinho, simples, mas que realçava o brilho que já vinha de dentro. Rafael, ao vê-la, não conteve o sorriso.— Você é linda. Mas o que mais me encanta é a paz que você carrega no olhar.Elisa se aproximou e tocou o rosto dele com os dedos quentes e delicados.— Nunca me senti tão desejada e, ao mesmo tempo, tão respeitada, Rafael. Com você, eu não preciso fingir nada. Posso ser inteira.Ele a puxou para si, devagar. O beijo veio suave, carregado de carinho. Não era pressa, era presença. As mãos se procuravam, os olhos se mantinham fixos, como se cada gesto dissesse: “Estou aqui. Só pra você.”A camisola escorrego
A noite caiu devagar, tingindo o céu de tons quentes que se misturavam às luzes da cidade. Elisa e Rafael estavam em seu apartamento, um refúgio de silêncio e cumplicidade. A música suave tocava ao fundo enquanto ela terminava de acender algumas velas espalhadas pela sala. Rafael a observava com um sorriso discreto, encantado com cada gesto, cada curva, cada expressão. — Você sabe que não precisa fazer nada disso pra me conquistar — ele disse, com a voz rouca, caminhando em direção a ela. Elisa se virou lentamente, os olhos brilhando na penumbra das chamas. — Eu não tô tentando te conquistar, Rafael. Só quero que essa noite seja... nossa. E foi. Em todos os sentidos. Ele se aproximou, os dedos percorrendo devagar o rosto dela, contornando os lábios, descendo pelo pescoço. Elisa fechou os olhos, sentindo a pele se arrepiar sob o toque quente. Rafael a beijou com delicadeza, mas havia urgência ali — não de pressa, mas de entrega. O desejo entre eles não era apenas físico, era e
Os dias com Rafael começaram a ganhar um ritmo próprio, um compasso suave que se encaixava ao coração de Elisa. Era como se o tempo tivesse desacelerado apenas para que os dois pudessem se descobrir com mais calma. Cada gesto, cada silêncio compartilhado, cada carinho trocado era uma nova camada no sentimento que crescia entre eles.Rafael fazia pequenas surpresas — flores deixadas na porta, bilhetes escondidos na bolsa dela, mensagens doces durante o dia. Mas o que mais tocava Elisa eram as presenças sutis: o modo como ele ouvia, como respeitava seus silêncios, como compreendia sem precisar que ela dissesse muito.Ela, por sua vez, se permitia. Não mais por carência, mas por escolha. Queria estar ali. Queria construir algo com ele. Começou a abrir as portas do seu mundo devagar — apresentou-o a suas amigas, convidou-o para jantares em casa, deixou-o entrar em espaços que antes protegiam sua solidão como um escudo.Numa noite, chovia lá fora. A água escorria pelas janelas enquanto os
Elisa caminhava leve pela rua, com um sorriso que não precisava de explicações. Era como se o mundo ao redor estivesse em harmonia com o que sentia por dentro. As árvores pareciam mais verdes, o vento mais gentil. E tudo isso porque, pela primeira vez, ela vivia um amor que não a feria, não a fazia se perder — pelo contrário, a fazia se encontrar.Rafael a esperava na porta do café onde costumavam se encontrar desde que voltaram a se ver com mais frequência. Ele estava com uma flor na mão. Simples, colhida na pressa, mas com um significado doce. Quando a viu se aproximar, seus olhos brilharam.— Pra você. Não é um buquê... mas achei que merecia começar o dia com um sorriso ainda maior.Elisa pegou a flor e riu, beijando-lhe o rosto com carinho.— Com você por perto, o sorriso já vem fácil.Sentaram-se perto da janela. Conversaram sobre o dia, sobre os planos pequenos da semana, sobre coisas bobas que os faziam rir. Havia entre eles uma leveza rara, um prazer em simplesmente estarem ju
Rafael segurou a mão de Elisa com ternura enquanto dirigia pela estrada silenciosa, ladeada por árvores altas e envoltas pela bruma suave da tarde. Ele não disse para onde estavam indo, queria surpreendê-la. Elisa, com o coração tranquilo e ao mesmo tempo ansioso, apenas sorriu. Confiava nele. Confiava no amor que crescia entre os dois como uma flor que enfim encontrava solo fértil para florescer.A estrada terminou em uma clareira, onde uma cabana de madeira rústica, cercada por lanternas penduradas entre os galhos, esperava por eles. O lugar era acolhedor, romântico, quase mágico. Rafael a olhou e disse:— Aqui é só nosso, Elisa. Para celebrar o que estamos construindo. Para viver algo que fique pra sempre.Elisa sentiu um arrepio bom percorrer o corpo. Os dois entraram na cabana, e lá dentro, o ambiente era ainda mais encantador: luz de velas, uma lareira acesa, uma mesa com vinho e morangos, uma cama coberta com lençóis brancos e pétalas de rosa espalhadas. Tudo preparado por ele.
O sol filtrava-se pelas frestas da janela, dourando a pele de Elisa e Rafael, que ainda se mantinham entrelaçados sob os lençóis amassados. A manhã avançava preguiçosa, mas nenhum dos dois parecia disposto a deixar aquele refúgio mágico.Rafael acariciava lentamente as costas de Elisa, os dedos desenhando círculos invisíveis sobre sua pele nua, como se quisesse eternizar cada segundo. Ela suspirava, aninhada ao peito dele, ouvindo o som ritmado do seu coração — aquele compasso forte e seguro que agora ela reconhecia como seu lar.— Nunca imaginei que amar pudesse ser tão leve... — Elisa murmurou, erguendo o rosto para encará-lo.Rafael sorriu, aquele sorriso que iluminava mais do que qualquer amanhecer.— Amar você é como respirar — respondeu. — Natural, necessário, inevitável.Beijaram-se então, com a ternura de quem sabia o valor daquele momento. Um beijo que não era pressa, nem cobrança, apenas entrega. Apenas amor.Conversaram longamente, sem máscaras, sem medo. Contaram sonhos an
O sol já havia se erguido totalmente no horizonte, e a cabana, que havia sido palco de um amor puro e intenso, agora se despedia deles. Rafael e Elisa acordaram lentamente, o calor do abraço deles aquecendo o ambiente mais do que o próprio sol. Eles ficaram ali, por mais alguns minutos, sem pressa de se separar, como se o tempo tivesse desacelerado só para eles.— Eu não quero que isso acabe — Elisa murmurou, seus olhos ainda pesados de sono, mas com um sorriso no rosto. Ela estava amarrada a ele, de uma maneira que sentia ser impossível desfazer.Rafael a olhou com uma ternura que poucas vezes mostrara. Sua respiração ainda estava lenta, embriagada pela calma da noite, e seu coração batia forte como se quisesse ficar ali para sempre.— Eu também não, mas... — ele fez uma pausa, tocando o rosto dela com a ponta dos dedos — temos uma vida lá fora, precisamos enfrentar isso. Não podemos fugir para sempre, mas posso prometer que vou te fazer sentir esse mesmo amor, todos os dias.Elisa a
Os dias que se seguiram ao retorno da cabana foram uma fusão de amor e uma ânsia constante pela presença do outro. A rotina, com todas as suas responsabilidades e obrigações, parecia quase irrelevante diante da força do que estavam vivendo. Rafael e Elisa haviam encontrado algo em si mesmos que nunca haviam experimentado antes: um amor tão intenso que tornava o mundo lá fora insignificante, mas, ao mesmo tempo, era algo que ambos ansiavam viver todos os dias.Naquela manhã, como tantas outras, o despertador tocou cedo. Mas o som familiar não trouxe aquela sensação de pressa que Elisa costumava sentir antes. Em vez disso, ela esticou os braços para o lado, tocando o vazio da cama, e, por um segundo, sentiu o calor da saudade antes mesmo de abrir os olhos. Rafael ainda não estava ali. Mas ele sempre estava, de alguma forma, presente.Quando finalmente se levantou e foi para a cozinha, seu celular piscou com uma mensagem de Rafael. Um simples "Bom dia, amor. Já sinto sua falta." Mas, par