Aquela segurança interior mudava tudo. Elisa já não olhava os encontros com Rafael buscando sinais, promessas ou definições. Ela apenas vivia. E foi justamente nessa liberdade que algo novo começou a florescer entre eles.
Numa sexta-feira, Rafael a convidou para visitar uma galeria de arte recém-inaugurada. Era uma exposição de artistas emergentes, com obras ousadas e carregadas de sentimento. Elisa se viu tocada por uma tela que retratava uma mulher em meio ao caos, com olhos serenos e firmes. Era como se aquela pintura tivesse sido feita dela, por dentro.
— É essa que você gostou? — Rafael perguntou, parando ao seu lado.
— Sim. Tem algo nessa mulher... algo que me lembra de quem eu estou me tornando.
Ele sorriu, olhando a tela com atenção.
— Ela parece estar no meio de uma tempestade, mas não perdeu o eixo.
— Exatamente — disse Elisa. — Ela sabe quem é. Mesmo quando tudo em volta parece querer arrancar isso dela.
A conversa ficou ali, entre eles, como a obra na parede — sile