Monteverde
Não. Eu não sou idiota. Não admito ser idiota.
Socava a mesa com força, encarando a cópia autenticada na minha frente.
— Vocês todos vão me pagar… — murmurei, com a fúria fervendo nas veias.
Como ela pôde? Aliás… como eles puderam?
O Luís… aquele miserável ingrato. Tirei o sujeito da sarjeta, dei emprego, dei cargo… e ele me paga assim? Tudo bem que, depois de um tempo, arregou… viu meu faturamento crescer mais rápido que o normal e preferiu pular fora. Na época achei que era só excesso de escrúpulo. Agora… vejo que era fraqueza.
Pensei no moleque. Não fisicamente, mas no jeito. A mania de andar largado… de questionar tudo… igual ao Luís. O desgraçado vivia com a mesma calça até começar a esfiapar. Espírito de pobre.
Mas isso não ia terminar assim.
Eu ainda tinha nome. Prestígio. Contatos. Um telefonema era suficiente pra virar qualquer narrativa ao meu favor. Se fosse preciso, acabava com a reputação da Vera, queimava o moleque e ainda dava um jeito de encontrar o Luís.
Ni