Érico
Voltei pro meu apartamento arrasado.
Como o meu pai pôde fazer isso comigo?
Logo agora...
Pensei na Enya. No bebê.
Talvez ir vê-la me ajudasse a respirar um pouco.
Nem cogitei contar pra ela. Ainda não.
Com sorte, minha mãe ia dar um jeito de reverter essa situação.
Ela saiu de casa tão confiante… quase me convenci de que ia conseguir fazer o velho recuar.
Decidi ir andando até o prédio onde as meninas moravam.
Precisava clarear a cabeça.
Quando cheguei, dei de cara com a Bruna lá embaixo.
Ela saía com uma sacola de feira na mão.
— E aí, engenheiro… — disse, rindo de leve. — Tô indo comprar uns legumes. Quero fazer uma sopa pra ver se essa teimosa melhora.
— Ela não melhorou?
— A febre vai e volta. — Deu de ombros. — Já falei pra ir ao médico, mas a senhorita teimosa acha que é só uma gripe de faculdade.
Assenti, com a cabeça a mil.
— Vou subir… falar com ela um pouco.
Bruna me lançou um olhar de canto.
— Você tá estranho… nervoso… aconteceu alguma coisa?
Forcei um sorriso.
— Pr