Capítulo 10
O silêncio que se seguiu foi pesado. Zaya observava-o, sua desconfiança dando lugar a uma compreensão mais complexa. Aquela não era a história de um vigarista; era a história de um sobrevivente.
— E o Denis? — Zaya perguntou, seu tom consideravelmente mais suave. — Por que se meter? Por que arriscar sua… sua anonimato por uma mulher que você não conhecia?
Yago olhou para Beatriz, e um fio de conexão invisível pareceu se esticar entre eles.
— Porque quando eu a vi sendo arrastada para aquele carro, eu não vi uma estranha. Eu vi a minha mãe. Eu vi a mim mesmo, anos atrás, impotente e aterrorizado. Dessa vez, eu tinha a chance de fazer diferente. De ser diferente do meu pai. E eu não pensei duas vezes.
Zaya estudou o rosto dele por um longo momento, procurando por qualquer sinal de falsidade. Tudo o que ela encontrou foi uma verdade crua e desesperada. Ela então olhou para Beatriz, cujos olhos estavam marejados de lágrimas silenciosas. A amiga assentiu quase imperceptive