O Filho que Nunca Nasceu.
Capítulo 34 – O Filho que Nunca Nasceu
Silêncio.
E então, o choro.
Não o choro da filha de Ana — que dormia em sua forma etérea, abrigada no ventre cheio de luz.
Era algo mais antigo.
Mais… errado.
Riven foi o primeiro a sentir. Um arrepio percorreu sua espinha, escamas surgindo de imediato como defesa instintiva.
Kael, ao lado de Ana, rugiu baixo — o som mais animalesco que ela já ouvira dele, algo entre um aviso e uma súplica.
A criança dentro de Ana se encolheu, e o fogo prateado que sempre emanava dela se apagou por um segundo.
Um segundo apenas.
Mas foi o suficiente para ele se manifestar.
O espelho dentro da Boca do Mundo Morto rachou, revelando uma fenda de escuridão viva.
Dela, algo escorregou.
Primeiro, uma mão — ossuda, coberta por pele negra como breu seco.
Depois, olhos — não brilhantes, mas ocos. E, mesmo sem luz, olhavam diretamente para Ana.
Kael se colocou na frente dela.
— Fique atrás de mim — ele rosnou. — Isso não é natural. Isso não é nosso.
Mas a voz que veio não