A Boca do Mundo Morto.
Capítulo 33 – A Boca do Mundo Morto
A floresta sussurrava o nome dela.
Ana.
Aquela que carrega a chama.
Aquela que rompeu a profecia.
Aquela cujo ventre carrega o novo começo… ou o último fim.
Enquanto os ventos ancestrais arrastavam folhas vermelhas pelo chão, Kael e Riven caminhavam ao lado de Ana em silêncio absoluto. À frente, escondida entre ravinas e montanhas que não constavam em nenhum mapa, estava a Boca do Mundo Morto.
Não era um templo.
Não era uma ruína.
Era uma ferida no tecido da existência, um lugar onde o mundo gritou e nunca cicatrizou.
Três luas pálidas sangravam no céu como olhos mortos, e era sob essa tríplice luz que a passagem se abria. Uma rachadura profunda, feita de ossos e raízes negras, exalando um vapor azulado que deixava o ar pesado como pecado.
Ana sentia a criança se agitar em seu ventre.
Diferente de antes.
Não com medo. Mas com fome de verdade.
Kael encostou o corpo ao dela.
— Você não precisa fazer isso sozinha.
— Se o que está aí dentro tentar tocá-