O motor do carro ronronava preguiçoso pela estrada de terra, levantando uma nuvem de poeira dourada sob o céu azul de fim de tarde. Isabela ajeitou os cabelos num coque alto e se encostou no banco com um suspiro.
— Acabou a lua de mel improvisada — ela murmurou.
Leonardo, ao volante, olhou de relance e sorriu.
— Mas começamos a temporada de viver juntos sem fugir.
— Com boletos, café requentado e o gato da pousada que quase seguiu a gente até o carro.
— Ele era insistente.
— Quase tanto quanto você.
Leonardo soltou uma risada. Isabela sorriu também, mas o riso se perdeu logo, substituído por um olhar pensativo. O retorno à cidade trazia mais do que compromissos e rotina — trazia também pendências, fantasmas e… surpresas.
Quando chegaram no apartamento, era início da noite. A cidade parecia um organismo pulsante, viva em cada buzina, farol e cheiro de comida saindo das janelas. Leonardo estacionou o carro na garagem do prédio e os dois subiram de mãos dadas. Ainda estavam em clima de r