Os dias seguintes correram com uma falsa tranquilidade. Ema se jogou no trabalho como quem tenta fugir de um pensamento constante. Ethan, por sua vez, continuava sua estratégia silenciosa: gestos pequenos, mas firmes — flores discretas no escritório, cafés entregues por Lucca com bilhetes anônimos, portas abertas em silêncio, olhares que falavam mais do que deveriam.
Mas nada disso a prepararia para o que estava por vir naquela sexta-feira chuvosa.
Ema estava terminando uma videoconferência com a equipe de Revieras quando o celular vibrou com insistência. Era um número desconhecido. Atendeu com o cenho franzido, já esperando algum mal-entendido de logística.
Mas não era.
Do outro lado da linha, uma voz trêmula e conhecida.
— Mãe? — Ema se ergueu da cadeira, o coração acelerando. — O que houve?
A notícia veio como um soco. Pedro, seu pai, sofrera um infarto enquanto dirigia. Estava internado em estado grave em um hospital particular em Revieras.
O chão se abriu sob seus pés.
Ela deslig