O sábado em Revieras amanheceu com um céu pálido, como se o mundo também estivesse em compasso de espera. Ema dormira por poucas horas em um sofá improvisado no quarto do hospital, apenas quando Ethan prometeu que ficaria de vigília. Agora, sentada ao lado da cama de Pedro, observava o monitor cardíaco com olhos atentos.
Os sinais estavam melhores.
Os médicos reforçaram que Pedro havia passado pelo momento mais crítico e agora o corpo começava a responder ao tratamento. Ainda não acordara, mas já não havia mais risco imediato. Ema segurava a mão do pai, as palavras entaladas na garganta.
— Você ainda tem muito o que viver, sabia? — disse, num sussurro. — E eu ainda preciso de você... mesmo sendo essa adulta que você ensinou a ser.
A porta se abriu lentamente. Ethan entrou com duas xícaras fumegantes nas mãos. Tinha trocado de camisa e trazia o cansaço no rosto, mas ainda assim, o olhar firme de quem estava ali para tudo.
— Café decente. Ou quase — disse, colocando uma das xícaras ao l