"Ravenna"
O cômodo estava movimentado, bem mais que na noite anterior. Panelas grandes em um fogão largo, louça sendo lavada, comida preparada. Conversas aconteciam, mas silenciaram assim que eu entrei e os cumprimentei. Na mesma hora, se retraíram, tensos, olhares desconfiados na minha direção.
Podiam ser miscigenados com outras espécies, mas tinham como determinante a polidez fria dos vampiros. E talvez me temessem mais do que eu imaginava.
Uma senhora me indicou a mesa farta, dizendo que eu poderia me servir, se queria algo a mais. Agi como eles, sem insistir em conversa, fazendo o primordial naquele momento: comer. Enquanto me deliciava com os pães recém-saídos do forno, com manteiga e geleia caseira derretendo, eu apenas os observava. Sentia vontade de fazer um monte de perguntas, mas nem perdi meu tempo. Eles não colaborariam muito.
O café fumegava, e acabei abusando de tanta coisa boa. Não chegava aos pés do que Amapola cozinhava na nossa casa quando eu era menor, nem do que Ner