MADISSON
O ar cheira a poeira e metal.
Esse é o meu primeiro pensamento assim que abro os olhos devagar, e o mundo vem em fragmentos. Primeiro, a luz fraca que mal revela o teto rachado, então o zumbido distante que parece atravessar meu crânio e aumentar minha dor de cabeça.
Demoro alguns segundos para entender que estou deitada.
O corpo dói. Não é uma dor comum, é como se cada osso tivesse sido desmontado e recolocado às pressas, fora de ordem.
Tento me mover, apenas para constatar que meu tornozelo está preso a uma corrente conectada a parede.
Que diabos!
O lugar é amplo, mas claustrofóbico. O chão é de pedra fria, o teto de ferro, com tubulações visíveis, como uma fábrica abandonada. Existem estruturas de vidro, ou algo parecido com vidro dispostas em linha, como câmaras. Dentro delas, há camas, correntes presas nas paredes, cabos que descem do teto.
Tudo está vazio.
Tento me levantar novamente, mas o corpo pesa e me sinto fraca.
Sinto o chão sob os pés descalços, gelado, e uma p