MADISSON
— Ainda estamos no laboratório? Meu pai sabe que estou sendo mantida aqui por você? — pergunto, a voz rouca, o corpo ainda pesado. — Eu cumpri o que pediram, Ezra. Fiz tudo o que vocês mandaram. Quero ver minha mãe e minha irmã.
Por um instante, ele para e me observa com a testa franzida, como se cada palavra minha fosse uma ameaça.
Depois, um sorriso lento se desenha em seu rosto.
— Sua mãe e sua irmã não são importantes agora.
— O quê? — o som sai antes do pensamento. — Claro que são! Elas... elas não têm nada a ver com isso.
Ele se aproxima um passo.
O olhar é o mesmo que eu lembrava das aulas, concentrado, analítico, mas agora há outra coisa ali. Algo que brilha fundo, doentio.
— Elas não são ômegas. Todos os testes e estímulos foram negativos. — O tom é quase de piedade. — Você não entende, Madisson. Você é diferente. Especial. Um ômega de verdade.
O coração aperta, uma mistura de medo e incredulidade.
— Isso não faz o menor sentido. — digo, tentando manter a voz firme.