MADISSON
O gosto metálico estava ali de novo.
Eu já devia ter me acostumado, mas cada colherada deixava minha língua dormente, como se houvesse cinzas na comida.
Desde que me trouxeram para esse lugar, eles me observam comer. Às vezes, um deles até anota algo, como se eu fosse um experimento que podia fugir a qualquer momento.
Eles acham que eu não percebo, as pequenas mudanças de cor na sopa, o cheiro doce demais na água.
Mas eu percebo.
Percebo tudo.
Da primeira vez, só me senti tonta.
Na segunda, meu corpo reagiu de um jeito estranho, meus sentidos ficaram aguçados, a pele quente demais, o coração batendo fora de ritmo.
Agora, é diferente.
Eles aumentaram a dose.
Sinto o calor nas veias, como se minha pele tivesse sido acesa por dentro. Cada respiração traz um gosto de ferro e algo mais… familiar.
O tipo de familiar que me deixa em pânico.
Nos últimos testes, consegui manter a cabeça erguida, mesmo tremendo por dentro.
Mas agora… agora meu corpo parece ter vontade própria.
Tento le