Matteo:
O escritório, todo feito em mogno, exalava uma elegância decadente que parecia pairar no ar, pesada e cheia de histórias. Os móveis escuros, os livros antigos enfileirados nas prateleiras embutidas, e a imponente mesa esculpida — agora minha — carregavam o charme de um mundo que não existe mais. Quando criança, passava horas brincando debaixo dessa mesa, alheio ao tipo de negócios que meu pai, Enzo Romano, e meu tio Alessandro conduziam ali.
Hoje, sentado atrás dela, ainda é difícil aceitar que meu pai tenha escolhido entrar para a irmandade de livre e espontânea vontade. Enzo vinha de uma família operária e pobre. Ele e Alessandro se conheceram enquanto trabalhavam como garçons em um restaurante em Moscou. Para meu pai, Alessandro era a chance de escapar da pobreza.
A Blackwood nasceu para dar uma saída aos jovens