Giulia:
Crescer em Nova Orleans como filha de uma jovem garçonete, com propensão a ter vários namorados e a alienação parental, significava que as probabilidades nunca estiveram ao meu favor. Minha mãe, Rosa, era uma força da natureza, uma mulher intensa em tudo o que fazia. Ela amava como se fosse queimar, chorava como se cada lágrima fosse arrancada do fundo de sua alma, e ria com a mesma intensidade de quem acredita em finais felizes — mesmo que a vida continuasse a lhe mostrar o contrário.
Ela teve que me criar sozinha, contra a maré, contra a opinião dos outros e contra os homens que cruzaram seu caminho, incluindo meu pai, a quem amou e odiou com igual fervor. Ele era uma sombra em nossas vidas, uma ausência que ecoava mais alta do que qualquer presença. E ainda assim, minha mãe se segurava à ideia de que um dia encontraria alguém que não a abandonaria, alguém que a completaria, que seria o pai que eu nunca tive.
Rosa sonhava com