113- Giulia

Giulia:

— Talvez.

A dor em seu olhar me atravessou. Antes que pudesse me conter, deixei escapar:

— Quando você volta para Nova Orleans?

— Em dois dias. Preciso voltar ao trabalho.

A porta do escritório se abriu, e Matteo emergiu, trazendo o peso de sua presença com ele. A sala pareceu encolher.

— Eu te ligo depois, mãe. Podemos remarcar.

— Eu gostaria disso — Rosa disse com um sorriso trêmulo.

— Acho que é melhor eu ir. — Ela se virou para Matteo, que a observava com a calma impenetrável de sempre.

— Obrigada, Sr. Romano, por cuidar da minha filha.

— Sem problemas, Srta. Bianchi — ele respondeu, a voz tão neutra que parecia um fio cortante.

Rosa hesitou. Ela queria me abraçar, mas sabia que não era a hora.

— Tchau, Giu.

— Tchau, mãe — sussurrei, observando-a desaparecer atrás das portas do elevador. Quando as portas se fecharam, o silêncio caiu como uma cortina pesada.

Matteo se aproximou, cada passo reverberando na minha pele como eletricidade. Eu sabia que a tempestade não havia pas
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