Giulia:
— Talvez.
A dor em seu olhar me atravessou. Antes que pudesse me conter, deixei escapar:
— Quando você volta para Nova Orleans?
— Em dois dias. Preciso voltar ao trabalho.
A porta do escritório se abriu, e Matteo emergiu, trazendo o peso de sua presença com ele. A sala pareceu encolher.
— Eu te ligo depois, mãe. Podemos remarcar.
— Eu gostaria disso — Rosa disse com um sorriso trêmulo.
— Acho que é melhor eu ir. — Ela se virou para Matteo, que a observava com a calma impenetrável de sempre.
— Obrigada, Sr. Romano, por cuidar da minha filha.
— Sem problemas, Srta. Bianchi — ele respondeu, a voz tão neutra que parecia um fio cortante.
Rosa hesitou. Ela queria me abraçar, mas sabia que não era a hora.
— Tchau, Giu.
— Tchau, mãe — sussurrei, observando-a desaparecer atrás das portas do elevador. Quando as portas se fecharam, o silêncio caiu como uma cortina pesada.
Matteo se aproximou, cada passo reverberando na minha pele como eletricidade. Eu sabia que a tempestade não havia pas