As manchetes nas redes sociais continuavam implacáveis, dissecando a minha vida, minha carreira como escritora, minha moral.
"Grávida e abandonada: o escândalo de Seo Mi-Suk", gritava uma delas, com uma foto desfocada do noivado onde eu parecia mais uma vilã do que vítima. Mesmo assim, Min-ho, Lisa e meu pai eram o meu porto seguro, uma família improvisada que eu tentava agarrar com unhas e dentes, enquanto o mundo lá fora parecia decidido a me engolir.
Naquela manhã de quarta-feira, o sol entrava tímido pela janela da cozinha, iluminando a pilha de papéis desordenados que eu tentava organizar. Manuscritos inacabados, notas da editora, contas atrasadas, tudo parecia um reflexo do caos na minha vida.
O som da campainha me arrancou dos pensamentos, e o carteiro, um homem de meia-idade com um sorriso apressado, deixou um envelope simples na caixa de correio. Sem remetente, sem carimbo, apenas meu nome rabiscado em letras tortuosas que pareciam pulsar com vida própria. Abri o envelope com