Capítulo 3

–  Não acho que isso seja uma boa ideia... – eu disse, tentando resistir à tentação, mas a verdade era que eu não sabia o que fazer. Minha cabeça estava uma bagunça.

–  Vamos ver como você se sai – ele disse com um sorriso largo, sua mão se estendendo para tocar a minha. – É só um treino, Mi-Suk, apenas isso. Depois você estará pronta para o Steve.

Eu respirei fundo, tentando tomar uma decisão. Mas, no fundo, eu sabia que não havia mais volta.

Benjamin se aproximou, e eu me perdi.

O beijo começou suave, um leve toque de lábios. Mas algo naquela troca de sensações incendiou algo dentro de mim. Era a primeira vez que eu sentia aquele frio na barriga. As mãos de Ben me apertavam com uma força que fazia meu corpo se colar ainda mais ao dele. Não pude evitar, envolvi meus braços ao redor de seu pescoço, puxando-o para mim, um desejo silencioso de estar ainda mais perto.

Sua língua deslizou suavemente entre meus lábios, como se pedisse permissão para explorar. O calor de seu toque fez minha pele queimar, e um arrepio percorreu minha espinha. Gememos em uníssono, como se nossos corpos conversassem sem palavras, e o beijo, agora, era incontrolável. Forte, intenso. Cada movimento meu se misturava ao dele, como se nossos corações estivessem batendo no mesmo ritmo.

De repente, minha mão deslizou sem querer de seu pescoço para o seu peito, tocando seu tórax firme, e, como um reflexo, Benjamin me curvou delicadamente para trás. O ar fugiu dos meus pulmões. A sensação de ser completamente dominada, de estar totalmente à mercê dele, me fez soltar um suspiro profundo. Seu beijo no meu pescoço, quente e íntimo, me fez sentir algo que eu não sabia que poderia existir.

–  Isso... – quase não consegui completar a frase.

Meu corpo estava atordoado, tomado pela intensidade do momento. Ele retornou seus lábios aos meus, desta vez mais impetuoso, mais urgente. Aquele beijo, algo completamente inédito para mim, me envolvia de tal maneira que eu me sentia fora de mim mesma.

No entanto, um som vindo do corredor interrompeu nossa entrega, e eu empurrei Ben com força, o olhar de ambos se cruzando, os corações tentando se recuperar do ar que havíamos perdido. O que aconteceu ali parecia impossível, algo entre sonho e a realidade.

–  Você tem que ir... agora. – minha voz estava rouca, a garganta seca, como se ainda sentisse o gosto dele em minha boca.

–  Okay. – ele se afastou rapidamente, pegou a jaqueta e a vestiu, sem o habitual cuidado, apressado demais.

Caminhou até a janela, mas antes de sair, eu o chamei.

–  Ben... – quando ele virou, encontrei nos olhos dele uma expressão difícil de decifrar – Eu passei no teste?

Minha pergunta foi quase uma súplica, um desejo desesperado de que aquilo não tivesse sido em vão. Ele me olhou, como se ponderasse cada palavra, cada gesto, e então o sorriso que me era familiar, aquele sorriso que ele dava quando queria conquistar alguém, surgiu em seu rosto.

–  Você está completamente reprovada.

–  O quê? – exclamei, a surpresa e a indignação me dominando. Meu rosto queimava de vergonha.

–  Nunca beijei alguém que beijasse tão mal assim, Mimi. – a palavra “mal” foi como um choque. Minha confiança, que já estava no chão, despencou ainda mais.

–  Então eu quero mais aulas, oras! – minha resposta foi imediata, sem pensar. – Amanhã, no mesmo horário.

Ele deu um sorriso travesso, mais amplo, e antes de sair pela janela, me lançou a última provocação.

–  Como quiser, Senhorita Beijo Ruim. – ele riu e pulou para fora, desaparecendo na noite.

Eu fiquei ali, estática, o coração acelerado, a mente dividida entre o que acabara de acontecer e o que viria a seguir.

A partir daquele dia, as visitas de Benjamin ao meu quarto se tornaram frequentes. Ele aparecia nas madrugadas, sem aviso, e a cada encontro, a linha entre o que era certo e o que era errado se tornava cada vez mais tênue.

Eu nunca cheguei a sair com Steve. Demorei tanto que ele acabou desistindo de mim. E o pior: fez questão de anunciar o cancelamento de nosso encontro na frente de todos os meus amigos, no dia da nossa formatura. E adivinha quem estava lá para me consolar? Benjamin. Não em meu quarto, mas no dormitório da faculdade dele. E, como sempre, com beijos e carícias quentes. Mais uma vez, ele estava lá, ocupando o espaço de algo que nunca deveria ser dele.

Por um ano fui a sua total atenção.

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