O som no interfone foi como um golpe seco contra o meu peito. Um estrondo, que retumbou na minha mente de uma forma quase insuportável. Eu sabia quem era, mas, ao mesmo tempo, não queria saber.

Benjamin.

Eu hesitei. Um milhão de pensamentos passaram pela minha mente, como uma tempestade que eu não conseguia controlar. Meus dedos tremiam, mas, com um esforço quase físico, fui até a porta.

O que eu estava esperando? O que eu queria ouvir dele?

Eu já sabia a resposta, mesmo sem ele ter dito uma única palavra. Ele estava aqui porque, de alguma forma, acreditava que ainda havia algo entre nós. Que tudo o que ele fez poderia ser apagado com um simples pedido de desculpas. Mas eu sabia, e ele também sabia, que nada poderia apagar as marcas que ele deixou em minha alma.

Quando eu abri a porta e o vi ali, parado, com aqueles olhos que um dia foram tudo o que eu desejava ver, algo dentro de mim se partiu ainda mais. Ele estava diferente, ou talvez eu estivesse. O homem que entrou em minha vida