O telefone tocou no exato momento em que Amanda tentava engolir uma garfada de salada. Estava na sala reservada para executivos, tentando se alimentar entre um relatório sobre vazamento de dados e um e-mail urgente do setor jurídico. Quando viu o nome na tela, congelou.
“Camila”
Sua irmã mais velha. Quase um fantasma do passado.
Amanda hesitou por dois segundos antes de atender.
— Mila? Que surpresa…
A voz do outro lado soou trêmula, carregada de uma culpa antiga e mal resolvida.
— Amanda, desculpa te ligar assim. Eu… soube de você pela televisão. Você tá uma estrela agora.
Amanda forçou um sorriso amargo, girando o garfo entre os dedos.
— Mais ou menos. Estrela sob fogo cruzado.
Houve uma pausa do outro lado, e então Camila respirou fundo. A voz dela veio mais baixa, mais tensa, como se estivesse prestes a romper em lágrimas:
— Amanda… eu sei que faz tempo. Mas eu tô com problemas. Sérios. É o Eduardo. Ele... ele tá preso. De novo.
Amanda fechou os olhos. O garfo caiu sobre o prato c