Amanda saiu do prédio do Ministério Público em meio a uma garoa fina que começava a cair sobre São Paulo. O céu estava cinza, carregado, como se refletisse o que ela ainda carregava por dentro. Chamou um carro e seguiu direto para a Construtora Mancini. Precisava ver Lucca. Precisava contar.
Quando entrou no prédio, os seguranças trocaram olhares entre si, mas não disseram nada. Já sabiam. As notícias corriam rápidas demais nos corredores do poder.
Ela subiu até o andar da presidência, sentindo a tensão crescer a cada passo. Quando abriu a porta da sala de Lucca, ele estava de pé, encostado na parede de vidro, olhando a cidade do alto, com as mãos nos bolsos e os ombros tensos. O terno alinhado parecia pouco para conter o peso que ele carregava.
- Amanda? - virou-se, surpreso com a presença dela. - O que houve? Como foi?
Ela fechou a porta atrás de si, caminhou até ele devagar.
- Eu prestei depoimento. Entreguei a foto. Disse tudo que sabia... tudo que a Natália contou.
Lucca a