A presença do sacerdote Félix continuava a pairar sobre mim, como uma sombra persistente. Desde nosso encontro no corredor, eu não conseguia afastar a inquietação que suas palavras haviam despertado.
“Você pode estar gestando o herdeiro do Rei.”
Essa frase ecoava na minha mente repetidamente, como o bater de tambores em um campo de guerra.
Mas era impossível. Meu útero era seco. Eu sabia disso há anos.
Sacudi a cabeça, tentando me concentrar nas tarefas do dia. O castelo estava mais silencioso do que o normal. Os servos falavam em sussurros, seus olhares desviando sempre que passavam pelas portas da ala onde o Rei Kael descansava.
Eu também evitava aquela área.
“Lyara.” A voz suave de Mara, uma das cozinheiras, me chamou. “Pode levar essas ervas para o curandeiro? Ele pediu frescas para os tônicos do Rei.”
Assenti, pegando o pequeno cesto de vime.
“Claro, Mara. Onde ele está?”
“Na sala de preparos, perto da biblioteca.”
Caminhei pelos corredores largos, o eco dos meus passos preenchen