Capítulo 51
Luna
O som do primeiro tiro foi o ponto final no silêncio.
A entrada até parecia segura no começo — uma porta enferrujada, uma tranca simples, corredores vazios demais. Mas Rivas nunca jogava limpo. E quando cruzamos a linha da cela onde Mariana estava, o mundo desabou em estilhaços.
— Movimento no corredor três! — gritou Navarro no rádio.
— Pegaram nossa entrada. Estão tentando nos fechar! — Rafael respondeu com raiva.
Dante puxou a porta de ferro e empurrou com o ombro. Eu entrei primeiro. Ela estava ali.
Mariana.
Sentada no canto, algemada a um cano, os cabelos ruivos caindo sobre o rosto machucado. Quando ergueu os olhos, vi meus próprios olhos refletidos nos dela. Idênticos. Mesmos traços. Mesma intensidade.
Ela arregalou os olhos. Se pôs em pé num impulso que quase a fez cair.
— Quem é você...? — a voz saiu fraca, desconfiada.
Me aproximei com o coração disparado.
— Meu nome é Luna... Luna Santiago. E eu sou sua irmã gêmea.
Ela balançou a cabeça, confusa, como se as