Capítulo 20
Luna
O silêncio no salão parecia algo sagrado.
Não era o tipo de silêncio confortável, nem tampouco aquele tenso que antecede uma briga. Era um silêncio de perda. De quem recebeu uma notícia que não queria ouvir, mas não podia negar.
Chiara foi a primeira a se afastar da sala de reuniões. Eu a segui com o olhar, vendo as mãos trêmulas dela segurando o celular como se ainda esperasse que a mensagem desaparecesse, que fosse um engano. Mas não era.
A mensagem tinha sido clara.
"Ela foi encontrada. Morta. No rio. Sinais de tortura."
Júlia. A informante de Dante infiltrada entre os homens de Rivas havia mais de dois anos. Uma mulher forte, discreta, com uma coragem silenciosa que eu só agora compreendia. E agora… morta. Um corpo jogado como lixo, como aviso.
— Ele a expôs de propósito — Dante disse, a voz baixa, grave, com os olhos fixos em um ponto invisível à frente. — Fez com que ela fosse descoberta. Sabia que estávamos perto demais de algo. Precisava cortar a linha.
— Você