Capítulo 19
Luna
Acordei com o corpo dolorido e o som abafado de vozes na sala ao lado. Ainda havia cheiro de pólvora no ar, e meu coração demorou a aceitar que eu estava viva, inteira, respirando. As imagens da noite anterior vinham em flashes cortantes: os gritos, os tiros, o sangue e Chiara, caída no chão, os olhos arregalados antes de eu arrastá-la para longe da linha de fogo. Eu tinha reagido. Tinha salvado alguém. E agora... não havia mais como fingir que eu era só uma espectadora dessa guerra.
Vesti uma camiseta larga e prendi o cabelo num coque desleixado antes de sair do quarto. A casa parecia uma fortaleza silenciosa. As janelas reforçadas, os guardas em alerta, e no meio daquele caos contido, ele estava lá.
Dante.
De costas, falando com um dos homens sobre reforçar o perímetro. Usava uma camisa escura com as mangas dobradas, o cabelo ainda molhado do banho. Quando me viu, dispensou o outro com um simples gesto.
— Dormiu? — perguntou, a voz mais baixa do que eu esperava.
— T