08. A Cobrança
Tony forçou um sorriso, limpando as mãos suadas no avental.
- Matteo, meu amigo! Eu ia ligar pra você... tive uns problemas com o fornecedor, mas semana que vem..
Morandi o interrompeu, frio:
- Semana que vem? Já fazem três!
Tony engoliu em seco.
- Eu sei, eu sei... mas é que as garrafas vieram erradas, o lote...
Matteo levantou uma das mãos, e o homem se calou de imediato.
Ele deu uma volta lenta pelo galpão, observando as caixas empilhadas, as garrafas com rótulos falsos brilhando sob a péssima iluminação daquele lugar .
Pegou uma garrafa de whisky, girou-a nas mãos e a olhou contra a luz.
- Bonito produto.
Depois, jogou-a no chão com força. O vidro se estilhaçou, e o líquido espalhou-se aos pés de Tony.
- Você tá vendendo a minha bebida, Tony. - A voz de Matteo era calma, quase gentil. - E dizendo pra mim que não tem dinheiro pra me pagar.
Tony recuou um passo.
- Não é isso, Matteo... eu só precisava de mais tempo, eu...
Matteo se aproximou, o olhar frio como aço.
- Tempo fo