09. A Primeira Conversa
Matteo fechou a porta atrás de si, sem pressa.
- Trabalho, cara mia... eu tenho os meus afazeres .
Ela soltou um riso curto, amargo. — Trabalho? É assim que você chama o que faz? Extorquir pessoas? Apontar armas? Matar se preciso for?
- Cobrar dívidas, - ele corrigiu, tirando o paletó e jogando-o sobre a cama. - Todo mundo me deve alguma coisa. Alguns em dinheiro... outros em silêncio.
Sofia se levantou, aproximando-se um pouco, o olhar faiscando de raiva. - E o que eu te devo, Matteo?
O nome dele em sua boca soou como um desafio.
Ele parou, encarando-a. A tensão no ar era quase palpável.
- A verdade, - respondeu finalmente. - Sobre o que você viu naquela noite. Sobre por que ainda não gritou pro mundo o nome do homem que mandou matar aquele desgraçado.
Sofia se calou. O silêncio entre eles se alongou, cortante. A lembrança daquela noite - o sangue, os gritos, o olhar dele sob a luz , afiado , com ira - voltou como uma lâmina.
- Você acha que eu confio em você? - ela disse, recuan