Vitório Greco
Olho para o sangue em minhas mãos e em seguida para o homem à minha frente, ou o que sobrou dele.
Os dois olhos foram arrancados, assim como os dentes e os dedos dos pés, fiz questão de tirar um a um, mesmo depois que ele me deu a informação que eu queria. Não vou mentir, sempre tive prazer em torturar, ouvir os gritos implorando por misericórdia é como um alimento para a minha alma.
Admiro o meu trabalho com um sorriso sádico no rosto, a barriga aberta com as vísceras expostas, o coração arrancado por inteiro e enfiado na boca do miserável, é realmente uma obra de arte.
Felippo_ Uou! Você se superou dessa vez.
Meu amigo e consigliere fala admirado, ao entrar na sala de tortura.
Vitório_ Quero que ele seja enviado para os malditos do cartel mexicano, bem assim, dessa maneira.
Felippo_ Daria tudo para ver os seus rostos chocados quando abrirem o presentinho que vamos enviar.
Vitório_ Eu também, mas, na verdade, o que quero mesmo é estourar as cabeças daqueles filhos da puta um por um.
Felippo_ Sabe que não vai ter essa chance, como o futuro Dom da Cosa Nostra não pode se colocar em risco tomando a frente das missões.
Vitório_ É, eu sei, isso é uma merda.
Felippo_ Seu pai quer falar com você.
Vitório_ Martino está em Nova York?
Pergunto surpreso, ele não havia me dito que viria.
Felippo_ Ele veio, e não veio sozinho, Dário Ferrari está com ele.
Vitório_ O Subchefe da Camorra?
Felippo_ Esse mesmo.
Vitório _ Pelo visto, finalmente a aliança que eles tanto desejam será finalmente concretizada.
Fellipo_ Tomara que sim, sabe que estamos de o olho no porto de Napoli a algum tempo, lá tem sido o melhor ponto para nossos navios desembarcarem as armas que traficamos.
Vitório _ Só me pergunto em troca de que essa aliança está sendo feita.
Felippo_ Vai saber assim que se juntar a eles, mas antes é melhor tomar um banho.
Saímos da sala de tortura logo após passar as instruções aos soldados sobre o que devem fazer com o corpo do mexicano.
Felippo me acompanha até meu quarto, fazendo conjecturas sobre minha reunião com meu pai e o subchefe da Camorra, mas sem chegar a nenhuma conclusão.
Meia hora depois estamos em frente ao meu escritório, onde Martino e Dário me esperam, mas antes que eu entre no cômodo Felippo me segura pelo braço.
Felippo_ Seja o que for dito nessa reunião controle o seu temperamento, você ainda não é o dom oficialmente, precisa seguir as regras até sentar naquela maldita cadeira.
Assinto em concordância, ele está certo, não posso fazer nada que me prejuque, quero sentar na cadeira de dom e ser de vez o chefe dessa porra toda, tenho planos de espandir os negócios da Cosa Nostra, de modernizar a família e aumentar nossos lucros mais do que ja aumentei, para isso preciso andar na linha até que me pai me passe vez o título, o que já era para ter acontecido a muito tempo, já que sou eu que estou administrando tudo.
Entro na sala deixando meu Consigliere do lado de fora, outra coisa que me incomoda, como meu conselheiro ele deveria estar comigo em todas as reuniões, mas enquanto eu não for o dom, ele não pode assumir o seu papel ao meu lado, assim como Santino, meu primo e Subchefe.
Entro no escritório sem bater na porta ou me fazer ser anunciado.
Essa é minha casa afinal, e independente de quem sejam, eles são visitas.
Martino_ Finalmente meu filho se designou a aparecer, estamos te esperando a mais de uma hora.
Meu pai reclama assim que me vê.
Vitório_ Estava ocupado.
É tudo que eu digo e ele não me contesta atrás de maiores explicações, sabe que sou um homem de poucas palavras e que tudo o que faço é pela família, ela sempre vem primeiro lugar.
Martino_ Esse é Dário Ferrari, o subchefe da Camorra.
Vitório_ sei quem ele é.
Falo para acabar com a enrolação, o homem se aproxima de mim e estende a mão em comprimento, faço o mesmo e damos uma aperto de mão firme, Dário é mais jovem que o meu pai, e parece se cuidar mais também, pois mantém uma aparência saudável sendo um homem lto e forte, ao contrário de Martino que ostenta uma grande barriga, fruto do seu desleixo com a própria saúde e imagem, não por isso ele está com pressão alta e diabete.
Graças a Deus puxei a genética da traidora da minha mãe.
Martino_ Vamos ao que interessa então, qual a proposta do seu dom, Dário?
O velho pergunta como se não soubesse, eles não viajariam da Itália até Nova York sem uma proposta já firmada, não digo nada, apenas aguardo a conversa se desenrolar.
Dário_ Bom, eu tenho uma filha em idade de se casar e meu dom sugeriu uma aliança atravéz do casamento.
Só aquela frase já diz tudo, não preciso de mais nada para saber onde eu entro nessa história, mesmo assim deixo o teatro prosseguir.
Dário _ Então estou oferecendo a mão da minha filha para o seu filho, assim seremos aliados como uma única família.
Já estava pronto para me negar, pois nunca tive pretenção de me casar, mas as próximas palavras do meu pai me fazem mudar de ideia Imediatamente.
Martino_ Vejam só, esse casamento veio em boa hora, uma esposa é tudo que o conselho da Cosa Nostra está exigindo para que Vitório assuma de vez a cadeira de dom.
Então era isso, esse era a porra do motivo que me impedia de tomar o que é meu por direito.
Martino_ Se Vitório aceitar se casar com a sua filha, nossa aliança estara formada e ele sera finalmente o dom da Cosa Nostra.
Se era só isso que me impedia de alcançar o meu objetivo, não terei escolha se não me casar.
Os dois homems a minha frente me olham em expectativa, esperando por uma resposta minha.
Dou de ombros e os encaro que volta.
Vitório _ Que seja.
Falo acabando com o suspense.
Martino_ Ótimo, então pode começar com os preparativos para o casamento Dário, logo Vitório estará na Itália, pois como dom tem que morar na Sicília, vamos marcar o noivado para daqui um mês e meio, pode ser?
Dário _ Por mim tudo bem, vou marcar o casamento assim que chegar em Napoli.
Vitório_ Ótimo, reunião encerrada então, agora preciso ir, já que tenho um mês meio para deixar tudo em ordem por aqui, é melhor começar agora.
Martino_ A meu filho, como sempre o trabalho em primeiro lugar, pode ir.
Meu pai me dispensa com uma aceno de mão como se eu fosse um mero soldado, aquilo faz meu sangue ferver mas sigo o conselho de Felippo e me controlo tricando os dentes e cerrando os punhos saindo dali, logo ele teria que se submeter a mim e eu ia adorar deixar o velho humilhado.
Felippo_ E então como foi?
Felippo pergunta assim que saio do escritório.
Vitório_ Vou me casar.
Digo andando com ele ao meu lado.
Felippo_ Caralho! Por essa eu não esperava.
Vitório_ Sabíamos que mais cedo ou mais tarde isso aconteceria.
Felippo_ E quem é a garota?
Vitório _ A filha de Dário, onde está Santino?
Fellipo_ Na inauguração da nova casa noturna.
Vitório _ Ótimo, preciso me distrair um pouco, vamos para lá.
Entramos em meu carro e como sempre saímos em comboio, com meus homem me seguindo em mais quatro carros.
Santino _ Olha só, finalmente perceberam que a vida não é só trabalho e vieram se divertir um pouco.
Meu primo diz assim que nós juntamos a ele na área vip.
Mulheres seminuas dançam sensualmente enquanto outras distraem os demais clientes, assim que nós sentamos um grupo delas faz mensão de vir até nós, mas faço sinal para que meus soldados não as deixe passar.
Santino _ Ei, estou precisando fuder uma buceta, é para isso que estou aqui.
Reclama quando me vê fazendo sinal para dispensar a mulher que está chupando o seu pau.
Felippo _ Temos que conversar primeiro, nosso amigo tem uma notícia para te dar.
Santino arruma as calças e me olha em expectativa.
Santino_ A é? Fiquei curioso agora.
Vitório_ Vou me casar.
Falo sem rodeios.
Sanitino_ Porraaaa!
Ele fala cuspindo a bebida que havia acabado de colocar na boca.
Felippo solta uma risada ao ver a reação do meu subchefe.
Felippo_ Por essa você não esperava não é?
Santino_ Não mesmo, quem é a garota?
Vitório _ Ela é filha do Dário, subchefe da Camorra.
Santino_ Não sabia que Dário tinha uma filha.
Felippo_ Nenhum de nós sabia, mas também não acompanhamos a vida dele.
Santino_ Você já viu a garota Vitor.
Pergunta me chamando pelo apelido que somente meus familiares mais íntimos tem permissão para usar.
Vitório _ Não, ele não mostrou nenhuma foto dela.
Santino_ Não está curioso?
Vitório _ Na verdade não.
Santino _ Pois devia, afinal vocês vão passar o resto da vida juntos.
Felippo_ Santino tem razão, e se a garota for feia para caralho?
Vitório _ Que diferença isso faz? Casamento para mim é apenas uma negócio, não tem nada haver com sentimento ou atração física.
Santino _ Sabe que se quiser um herdeiro vai ter que enfiar o seu pau na buceta dela e se a garota for feia seu amiguinho aí não vai querer subir não é?
Felippo solta uma gargalhada e eu me seguro para não rir também, mas não tem volta, feia ou bonita irei me casar com a filha de Dário.
Vitório _ Não me importo, esse é o meu único obstáculo para chegar na cadeira de dom, então se preparem logo estaremos de volta a Itália e dessa vez para ficar.
Os dois concordam com a cabeça, sientes do que isso significa, chegou a hora de assumirmos a Cosa Nostra e começar uma nova era...