NARRAÇÃO DE BRADY...
Eu estava mais calmo.
Acho que Jack também, embora seus olhos sempre vacilassem quando pousavam sobre meu consigliere. Christian era um gigante, tão imponente quanto seu falecido pai. Talvez fosse isso que o fazia estremecer. Traumas não se curam fácil.
Durante o trajeto, quebrei o silêncio:
— Como foi sua infância?
— Difícil... — murmurou, quase sem voz.
— Eu também perdi minha mãe aos quatorze anos. — confessei.
Ele riu, com aquele riso aéreo de quem não acredita em coincidências.
— Então compartilhamos a mesma experiência de merda.
Sorri, baixando o vidro para fumar.
— Não exatamente. — soltei a fumaça devagar. — No meu caso, meu pai não foi um merda. Ele foi um exemplo de marido. Minha mãe morreu durante o parto do meu irmão. Não há revolta na história... apenas lamentação.
Jack suspirou fundo, e por um instante pareceu pequeno demais dentro daquele carro.
— Sorte sua. — murmurou. — Antes de ir embora, quero passar no cemitério. Costumava visitá-la. Preciso me