NARRAÇÃO DE SARA...
Foi difícil permanecer no restaurante. Primeiro, porque eu não queria ser um fardo incontestável. Ele já havia parado tudo para nos levar ao hospital, e agora parava novamente para comer porque Julie pediu. Eu, no entanto, neguei o almoço. Não queria carregar mais um motivo para me sentir um estorvo. Meu estômago queimava, morria de fome. O cheiro da comida era uma tortura.
Fixei os olhos na janela, torcendo para que aquilo acabasse logo.
Uma coisa eu não entendi. Por que ele perguntou se eu sentia vergonha de estar perto dele? Por que carrega esses pensamentos? O que o faz imaginar que eu teria vergonha dele? Dom Dawson é bonito, e apesar do ar desleixado, resultado do desânimo que sente pela própria vida, não haveria motivo algum para eu me envergonhar dele. Eu, sim, estava de uniforme de empregada, suja depois de um longo dia de trabalho, cercada por CEOs e pessoas de grife.
Respirei aliviada quando chegamos ao hospital. Julie precisa parar com essa mania de ser