NARRAÇÃO DE BRADY DAWSON...
Senti-me culpado. Não deveria ter feito o que fiz, ainda mais pensando naquela empregada. Se alguém soubesse, se ela dissesse que isso foi assédio... talvez eu nem tivesse como negar.
Mas, pensando bem, eu não fiz nada com ela. Fiz comigo. Foi apenas a minha mão, deslizando no prazer solitário, dentro do meu banheiro. O erro – o verdadeiro pecado – foi tê-la em mente, foi desejar tudo o que gostaria de fazer com ela. Isso sim me condenava.
Passei horas enclausurado, julgando-me, pesando a minha própria alma. Não trabalhei naquele dia. Só me crucifiquei.
Quando a noite caiu, meu coração latejava de um jeito estranho. Eu precisava vê-la, nem que fosse só uma vez antes de ela ir embora.
Enquanto caminhava pelo corredor, um grito me fez parar. Veio do quarto... aquele quarto. O lugar onde os matei. Meu corpo enrijeceu. Raiva me invadiu. Ninguém podia entrar ali. Aquele cômodo era um cemitério – e nem eu, dono daquela mansão, ousava atravessar suas portas.
Achei