Capítulo 44 — A mulher que sempre segurou o mundo, agora não segura nem a si mesma.
Selene Castiel
Subi as escadas com as pernas tremendo. Não era raiva. Não mais. Era dor.
DOR.
Daquela que não grita... só sufoca. Só rasga por dentro.
Entrei no quarto, fechei a porta, e aí sim... O corpo inteiro desabou. O peso que eu segurava no queixo... escorreu pelos olhos. Caí de joelhos no chão. A mão tremia, o peito arfava, o grito preso na garganta ameaçava rasgar minhas costelas por dentro.
— Por quê... — sussurrei, a voz mais fraca que o vento — ...por quê, Caius?
Bati no chão, com força, como se quebrar o mármore fosse mais fácil do que quebrar essa dor.
Porque, sim... Doía. Doía mais do que qualquer traição. Mais do que qualquer rejeição. Mais do que qualquer golpe que Pietro, Henrique ou o mundo lá fora pudessem dar. Porque não era sobre a Clara. Não era. Era sobre ele. Sobre tudo que a gente construiu. Sobre tudo que eu mudei.
Por ele.
Logo eu. A mulher que nasceu com o coração blindado. Que fez do próprio corpo uma muralha.
Eu que...
— Eu jurei... — murmurei, soluçand