Selene Castiel
Abri os olhos devagar, com aquela preguiça boa de quem passou a noite inteira grudada no corpo que virou abrigo.
Mas bastou virar pro lado... e o espaço na cama tava vazio.
Frio.
Vazio demais pra ser normal.
Me ajeitei, olhei pro quarto.
E lá estava ele.
Na poltrona, completamente vestido — calça social, camisa, blazer, aquele relógio que ele só usava quando a coisa era séria. Tablet na mão, a mala pequena no chão, já fechada, pronta.
O peito apertou na hora.
O estômago virou.
— Caius...? — minha voz saiu baixa, quase falhando. — Que... que está acontecendo?
Ele não olhou na mesma hora.
Deslizou o dedo na tela, respirou fundo, só depois levantou os olhos pra mim.
E eu juro... aquele olhar estava pesado. Carregado de coisa que eu nem sabia nomear.
— Preciso viajar. — a voz saiu rouca, tensa. — Pra minha cidade. Preciso... falar com minha mãe.
O coração bateu forte.
— Agora? — me levantei, apertando o lençol no peito. — Aconteceu alguma coisa?
Ele se levantou, andou