Beatriz respirou fundo, assentindo devagar, enquanto sua mão pousava com carinho sobre a barriga saliente. O movimento suave dos bebês dentro dela parecia lhe trazer alento.
— Eu só peço... — ela murmurou — que a Linda seja acompanhada de perto. Ela é uma criança. Ela não lembra nem o próprio nome. Isso é... doloroso de ver.A psicóloga concordou, com uma expressão grave.— Sim. A Linda está sendo monitorada. Ela demonstrou sinais de dissociação, uma defesa que o cérebro utiliza diante de traumas severos. Ao não lembrar quem é, o que viveu, ela está tentando se proteger. É como se criasse um refúgio mental, um lugar seguro onde nada mais pode machucá-la. A Mary, por sua vez... parece ter suportado tudo por muito tempo. Quando entendeu que estava tudo acabado, o corpo e a mente simplesmente desligaram. Ela não desmaiou por fraqueza. Foi um mecanismo de proteção — profundo, silencioso, mas devastador. Ela precisa acordar no tempo dela. E quando acordar... va