06h01.
Enquanto Manhattan ainda bocejava, Dante Navarro já rasgava a superfície da água com uma precisão que só quem tem raiva controlada conhece.
A piscina climatizada da academia no 10º andar da Hudson Tower — reservada pra poucos milionários com tempo e tédio suficientes — era só dele naquele momento.
Braçada. Respiração. Controle.
- Cada movimento era calculado.
- Cada silêncio era ensaio pro que viria.
Hoje o dia começava diferente.
Hoje o tabuleiro deixava de ser figurativo.
Hoje ele encarava a primeira jogada real… com Clara Valentina.
A mulher com olhar de general.
A CEO que atravessava o saguão da torre como se Manhattan tivesse o sobrenome dela.
Dante emergiu da água, passou a mão no rosto e ficou alguns segundos parado, com os olhos fechados, como se visse o rosto dela até debaixo d’água.
Não era amor.
Nunca foi.
- Era instinto.
Ele queria desarmá-la. Dominar. Fazer dela um caso resolvido entre quatro paredes e zero complicações emocionais.
Porque Dante não se apegava.
Ele