Léo, com sua sensibilidade, percebeu a minha hesitação. Ele, com Lucca nos braços, se aproximou de mim, e a sua voz, suave e cheia de carinho, ecoou em meu ouvido.
— Eu sei, meu amor. Eu sei o que você está pensando — ele disse, com um sorriso fraco, mas genuíno. — Mas eu preciso que você vá comigo. Você me dá sorte, Helena. A sua presença na pista me acalma, me faz ser um piloto melhor.
— Mas e se… — eu tentei dizer, a voz embargada pela emoção.
— Não vai acontecer de novo. Eu me certifiquei disso.
Léo me convenceu a ir, e chegou o dia de viajarmos. Lá estava eu, Léo, Maria e Lucca, todos no jatinho a caminho da Argentina. Eu, com Lucca nos braços e Léo ao meu lado.
A cena do acidente em Águeda estava fresca em minha mente. O barulho do motor, o som que ecoou quando ele bateu na placa de ferro, os seus olhos azuis que me olhavam com medo enquanto os médicos tentavam reanimá-lo. As lágrimas escorreram pelo meu rosto, e eu me senti impotente. O medo, que eu pensava ter superado, voltou