Violeta
Volto atordoada para dentro de casa, com o coração acelerado e pensamentos tumultuados. Ítalo mexeu com todos os meus sentimentos, minhas certezas, e agora estou aqui, tentando juntar os cacos do meu orgulho ferido. Encaminho-me para a cozinha, onde a água da torneira é a única coisa que consigo pensar em consumir naquele momento. A vontade de lhe dar uma bofetada é quase irresistível, mas engulo o meu orgulho e qualquer sentimento que possa me atingir.
As cozinheiras estão ocupadas com as suas tarefas e, por sorte, parecem alheias ao que acontece dentro de mim. Agradeço por isso, pois não estou pronta para compartilhar o meu turbilhão de emoções com ninguém. Em seguida, avisto a minha mãe vindo na minha direção, e a voz dela quebra o silêncio tenso.
— Onde você estava, Olga estava lhe procurando? — ela pergunta, a sua voz soando preocupada e repreensiva ao mesmo tempo.
— Me perdi no vinhedo — respondo, decidindo contar apenas metade da verdade. A verdade completa