Mundo de ficçãoIniciar sessãoClara Vasconcelos
O relógio da cabeceira marcava quase nove horas quando finalmente consegui reunir coragem para me levantar. O quarto estava mergulhado em uma penumbra suave, e por alguns segundos fiquei apenas ali, imóvel, com o lençol enredado nas pernas e o coração pulsando devagar, como se ainda tentasse acompanhar o ritmo da noite anterior.
Meu corpo parecia ainda guardar o calor dele. O toque, o peso, o arrepio que me percorreu a cada movimento, tudo ainda estava ali, vivo demais. O travesseiro ao lado permanecia com o cheiro inconfundível de Lucca, e aquilo foi suficiente para fazer meu estômago se contrair.
Fechei os olhos e respirei fundo, tentando varrer as lembranças que vinham em ondas, o beijo, o calor, a urgência. Mas quanto mais eu lutava







