Naquela manhã, o sol filtrava-se pelas janelas altas do quarto coletivo, lançando padrões dourados sobre o chão de pedra fria. Céline despertou com o murmúrio suave das outras mulheres, que já se preparavam para mais um dia rotineiro no harém. O som da água sendo aquecida para os banhos, o leve arrastar de sandálias sobre o mármore e as vozes contidas criavam uma sinfonia de início de dia, quase reconfortante — mas não para ela.
Ela se levantou lentamente, sentindo o peso da realidade sobre seus ombros. Cada dia ali era uma mistura de luxo e opressão, de beleza e aprisionamento. Enquanto se arrumava, seus pensamentos vagavam para o que Eliza dissera na noite anterior: o Alfa já a havia notado, mas aguardava o momento certo. Céline ainda não sabia se isso a consolava ou a atormentava. Talvez ambos.
Durante o desjejum, as mulheres sentaram-se em torno da longa mesa de madeira polida. O aroma de pães recém-assados, frutas frescas e chá quente preenchia o ar, mas Céline mal conseguia sabo