A noite descia sobre o castelo como um véu pesado, e Céline estava sentada no canto do quarto coletivo, a cabeça baixa, ouvindo o crepitar suave da lareira. Ao redor, as mulheres conversavam em voz baixa, partilhando cochichos que pareciam segredos proibidos. Apesar do calor reconfortante do fogo, Céline sentia calafrios percorrendo a pele. Não era apenas o frio da noite — era o frio da incerteza.
Ela se obrigou a olhar ao redor, estudando cada detalhe daquele novo ambiente. O quarto, tão grande quanto o salão de um banquete, tinha janelas altas com cortinas pesadas de veludo, e tapeçarias ricamente bordadas que mostravam cenas de caçadas antigas. As camas de madeira escura pareciam macias, e as cortinas brancas ao redor delas ofereciam uma privacidade ilusória. Tudo era lindo, mas cada detalhe parecia mais um lembrete de que estavam ali para servir — e para obedecer.
Perto da lareira, Eliza penteava os longos cabelos, usando um pente de marfim que reluzia à luz do fogo. Mirela, senta