O castelo parecia outro lugar antes do amanhecer.

Sem o barulho constante dos corredores cheios, sem o peso do dia espalhado pelas paredes, tudo soava maior. As botas ecoavam mais alto no chão de pedra, as portas pareciam mais longas, as sombras, mais espessas.

Céline acordou antes do toque do despertador.

Ou talvez não tivesse dormido direito.

Durante a noite, o sono veio em pedaços curtos, quebrado por imagens que misturavam o norte, o rosto de Draven, o sangue no chão do antigo castelo e os olhos dourados de Auren indo e vindo entre homem e fera.

Quando abriu os olhos de verdade, ele já não estava na cama.

Por um segundo, o pânico veio como um soco.

— Auren? — chamou, a voz rouca de sono e medo.

Nenhuma resposta.

Ela se ergueu rápido, o coração disparado, puxando o lençol pro lado. O colchão ainda guardava a marca do corpo dele, o lado em que dormia amassado, quente. Mas o quarto estava vazio.