Aline vivia uma vida tranquila até perder os pais em um trágico acidente, sendo forçada a morar com uma tia mesquinha e rigorosa. Determinada a mudar seu destino, ela se forma com honras em uma universidade prestigiada e decide seguir seu próprio caminho. Em sua nova jornada, um reencontro inesperado com uma amiga de infância lhe traz uma oportunidade em uma renomada empresa, trazendo esperanças de um futuro promissor. Mas tudo muda quando uma noite ao acaso com um estranho deixa consequências duradouras: Aline descobre estar grávida. Cinco anos depois, ela encara os desafios de ser mãe solo, lutando para sustentar e proteger seu filho. Quando ele adoece gravemente e precisa de um transplante que ela não pode pagar, Aline se vê obrigada a buscar ajuda de um homem que sempre a desejou, mas por quem ela nunca teve sentimentos. Desesperada, ela clama a Deus por forças, temendo perder o filho como perdeu seus pais. Após a cirurgia bem-sucedida, um encontro no hospital muda tudo. O menino reconhece uma presença familiar em um homem misterioso — o mesmo desconhecido que Aline jamais esperava reencontrar. Diante do passado e das verdades escondidas, o homem descobre que é o pai da criança e, agora como o CEO da empresa onde Aline trabalhava, exige respostas. Entre revelações emocionantes e um reencontro arrebatador, Aline e ele enfrentam o passado e o futuro, enquanto tentam encontrar redenção, perdão e um novo caminho juntos.
Leer másQuando Aline Rooth chegou ao mundo, o hospital inteiro parecia iluminado por uma luz especial.
— É uma menina linda! — exclamou o médico, entregando o pequeno e delicado pacote aos braços dos pais emocionados.
Seus cabelos ruivos, de um tom que lembrava as folhas do outono, formavam suaves ondas ao redor de seu rosto, e os olhos... ah, aqueles olhos eram um espetáculo à parte: verdes, intensos, como se neles se escondesse a profundidade do oceano e o frescor da natureza.
— Ela tem olhos de quem vê além, — comentou sua mãe, enquanto o pai sorria, com o coração transbordando de amor.
Desde o início, Aline trouxe consigo uma aura especial, algo que a fazia diferente. Os vizinhos diziam que aquela menina tinha um brilho no olhar, e logo se tornou a queridinha do bairro. Cada conquista era uma festa; o primeiro sorriso, o primeiro passo, a primeira palavra. E, com o tempo, seu charme e inteligência passaram a se destacar ainda mais.
— Aline, você tem o mundo nas suas mãos, sabia? — dizia o pai, orgulhoso, enquanto ela brincava de resolver problemas que outras crianças nem imaginavam.
A cada dia, ela mostrava uma curiosidade inata e uma inteligência que surpreendiam. Se havia algo que despertava sua atenção, Aline se jogava de cabeça, como uma exploradora em busca de tesouros escondidos. Não demorou muito para superar as crianças de sua idade, tanto nos estudos quanto nas atividades sociais.
Seus pais não escondiam o orgulho que sentiam.
— Nosso orgulho e alegria, — sussurrava a mãe, vendo Aline conquistar mais um prêmio na escola. O amor entre eles era um laço inquebrável, uma união que parecia transcender o tempo e o espaço. No entanto, a vida reservava um golpe que ninguém poderia prever.
Naquela noite fatídica, aos 17 anos, Aline viu seu mundo desmoronar. Seus pais não voltariam mais para casa. Um acidente de carro levou embora as pessoas que ela mais amava, e com elas se foi o aconchego, a segurança, o riso fácil que preenchia o lar. O vazio era indescritível, e o futuro parecia uma estrada sem rumo. Nos dias seguintes ao acidente, Aline ainda esperava acordar desse pesadelo, mas a dura realidade a golpeava todas as manhãs. Após alguns dias, veio uma verdade ainda mais amarga: ela teria de ir morar com sua única parente, a tia Margaret, irmã do seu pai.
Margaret não era, em nada, o tipo de pessoa acolhedora e amorosa que seus pais haviam sido. Rígida, de sobrancelhas sempre franzidas e com um olhar que parecia calculador, ela representava tudo o que Aline temia encontrar em alguém com quem tivesse de conviver.
— Espero que você saiba seguir as regras da minha casa.
Foi a primeira coisa que Margaret disse quando a menina entrou em sua nova morada. A voz era fria, cortante. E foi nesse ambiente que Aline foi forçada a se adaptar.
Margaret era exigente e mesquinha, cada gesto ou palavra parecia impregnado de amargura.
“— Nada de bagunça.”
“— Nada de gente estranha em minha casa.”
“— Nada de sair sem minha permissão.”
A cada ordem, parecia que um pouco mais do espírito alegre e cheio de vida de Aline se apagava. Mas, no fundo de seu coração, algo ainda brilhava: o amor e o legado de seus pais, a chama que, mesmo em meio às adversidades, ela sabia que jamais deixaria apagar.
Aline, que até então sentia sua vida se transformar em uma prisão com a tia Margaret, sabia que, se continuasse naquele ambiente sufocante, acabaria se perdendo de si mesma. Suas notas sempre brilhantes e sua inteligência excepcional abriram portas, e, aos 18 anos, ela foi aceita em uma universidade renomada. A notícia chegou como um raio de esperança.
— Eu não vou me prender a essa casa por mais tempo, — pensou Aline.
— Se eles me aceitaram na universidade, é porque há algo em mim que vale a pena. Tenho que agarrar essa chance com toda a força.
No entanto, para cobrir os custos de seu sonho de independência, Aline sabia que precisaria de um emprego. Tinha o conhecimento e a determinação, mas pouca experiência prática. Ainda assim, estava decidida a enfrentar o desafio de se manter financeiramente, longe das ordens rigorosas da tia Margaret.
Assim, em um dia ensolarado, ela saiu para a rua com o coração cheio de expectativa, pronta para procurar trabalho. Andou por várias lojas e escritórios, deixando seu currículo onde podia, mas sem muita esperança de retorno imediato. Ela já estava quase desistindo por aquele dia, quando ouviu uma voz familiar.
— Aline, é você?
A surpresa na voz era inconfundível. Ela se virou e viu uma figura sorridente: Isadora Mesquita, uma amiga do colegial, que sempre fora sua fiel companheira nas travessuras da escola. Isadora também havia mudado muito desde os tempos de criança. Agora, com uma postura confiante e um olhar brilhante, parecia mais madura, alguém que havia também conquistado seus próprios espaços na vida.
— Isadora! Quanto tempo! — Aline exclamou, sentindo uma onda de alegria e nostalgia ao reencontrar a amiga.
Após alguns abraços e risos, as duas logo se encontraram sentadas em uma cafeteria próxima, compartilhando as histórias de seus últimos anos. Entre uma xícara de café e outra, Aline contou sobre a universidade e sua busca por independência, e Isadora, com um olhar compreensivo, fez uma pausa antes de dizer:
— Sabe, Aline, o destino realmente não brinca em serviço. Você sabia que eu estou trabalhando numa empresa que está com uma vaga temporária aberta? Não é exatamente a área em que você quer atuar, mas pode ser um começo. E você é a pessoa ideal para essa chance.
Aline ficou sem palavras por um momento. Parecia que, mesmo nos dias mais sombrios, a vida ainda sabia como trazer oportunidades e reencontros inesperados. Naquele instante, ela sentiu que reencontrar Isadora era o começo de algo novo e promissor.
O silêncio na mansão era profundo. Todos já haviam partido. A casa enorme, repleta de memórias, parecia maior e mais vazia do que nunca. Clark ficou ali, sozinho na sala de estar, observando a cidade através da grande janela de vidro. Na mão, um copo de uísque que ele nem tinha mais vontade de beber. Sua mente estava distante, vagando pelo passado. A infância ao lado da mãe, os momentos que passou tentando impressionar um pai que raramente demonstrava afeto… Agora, Dominic não estava mais ali. Ele suspirou, sentindo um peso no peito. Foi então que sentiu um toque suave em suas costas. Aline. Ela estava ali, tão linda como sempre, com aquele sorriso que parecia capaz de iluminar o mundo. — Não quero te ver assim, Clark. — Sua voz era suave, mas firme. Clark a olhou nos olhos e, pela primeira vez naquela noite, sorriu de verdade.Sem pensar duas vezes, ele a envolveu em um abraço apertado, buscando nela o conforto que precisava. Aline retribuiu o abraço, sentindo o coração dele b
A manhã nasceu sombria. O céu estava carregado de nuvens pesadas, o sol parecia ter desistido de iluminar Nova Iorque, como se o próprio universo lamentasse a perda. Logo, uma chuva fina e constante começou a cair, criando um cenário melancólico e silencioso. O corpo de Dominic Johnson foi levado para Massachusetts em um voo particular. A família seguiu em silêncio, acompanhada por um grupo de amigos, funcionários e empresários que respeitavam e admiravam o falecido patriarca. O destino era o Cemitério da Capela do Rei, fundado em 1630, o mais antigo da cidade, localizado no coração da Trilha da Liberdade. O cortejo fúnebre avançava lentamente. O pequeno carro que carregava o caixão movia-se pelo caminho de pedras úmidas, enquanto os presentes caminhavam em silêncio. O único som era o da chuva fina caindo sobre os guarda-chuvas e as folhas das árvores antigas. Era um dia de despedida. Clark Johnson caminhava ao lado de Aline, segurando firmemente a pequena mão de Gabriel. O meni
A noite estava pesada, sufocante. Clark não pregou os olhos. Seu corpo estava tenso, os pensamentos caóticos. A imagem do pai agonizando no hospital o assombrava. Ele sabia que Olivia tinha que pagar, principalmente agora que ele tinha certeza de sua culpa. Clark se levantou da poltrona, pegou o telefone e discou um número. A voz do outro lado atendeu em segundos. — JK, você sabe o que tem que fazer. Não a deixe escapar novamente. Do outro lado da linha, JK sorriu de canto. — Não se preocupe, eu a encontrarei e acabarei om isso.Clark apertou o telefone com força. Sua voz saiu fria, cortante. — Sem rastros, sem erros. Olivia precisa morrer esta noite. E qualquer um que tente protegê-la, morre também. JK assentiu, mesmo sabendo que Clark não podia vê-lo. — Pode deixar comigo, senhor Johnson.Clark desligou sem dizer mais nada. Ele confiava em JK. Se alguém poderia encontrar Olivia antes de Russo, era ele.Do outro lado da cidade, Olivia corria. Seu peito subia e descia rapidame
A raiva queimava dentro de Clark como fogo devorando um campo seco. A morte de Dominic foi a última gota. Seu pai pode ter cometido erros, pode ter sido duro e ausente, mas ninguém o matava e saía impune. Olivia pagaria. Ele fechou os olhos por um momento, tentando controlar a fúria crescente. Sua mandíbula estava travada, os músculos do pescoço retesados. Com um movimento firme, pegou o telefone e discou um número que sabia de cor. A ligação foi atendida no primeiro toque. — Senhor Johnson.Clark não hesitou. Sua voz saiu fria, cortante. — Quero Olivia. Viva ou morta. Mas se for viva, quero que ela chegue até mim ainda respirando. Quero olhar nos olhos dela antes de acabar com tudo. Do outro lado da linha, houve um breve silêncio, seguido de uma resposta direta. — Entendido. Em breve teremos um paradeiro. Clark desligou o telefone e respirou fundo. Dessa vez, Olivia não escaparia. Enquanto isso, do outro lado da cidade, um jato particular pousava discretamente em uma pista pr
A cidade de Nova Iorque seguia seu ritmo frenético, mas para Clark Johnson, o tempo parecia ter parado. O telefone em sua mesa vibrou, e ele, sem muito interesse, atendeu distraidamente. No entanto, assim que ouviu a voz aflita do motorista de Dominic do outro lado da linha, seu corpo inteiro ficou tenso. — Senhor Johnson! Seu pai… Ele foi baleado! — a voz do motorista tremia. Era evidente que o homem estava em pânico. — Dois tiros! Ele está sendo levado para o hospital agora! Clark sentiu o sangue gelar. Um choque percorreu sua espinha, deixando-o sem ar por um instante. — O quê?! — Ele se levantou bruscamente da cadeira, quase derrubando alguns papéis da mesa. — Onde ele está? — Hospital Presbiteriano! A ambulância acabou de sair! Clark não precisou ouvir mais nada. Desligou o telefone e saiu da sala em disparada. A assistente, Lessa, que estava do lado de fora, o viu sair e percebeu o pânico em seu rosto. — Senhor Johnson, está tudo bem? — Não! Ligue para a Aline e avise qu
As horas se passaram rapidamente, o tempo mudou trazendo nuvens acinzentadas, escurecendo a cidade de Nova Iorque, formando-se um temporal, quando Clark tomou uma decisão definitiva. Olivia estava viva, e isso significava apenas uma coisa: perigo. Ele não podia permitir que ela se aproximasse de sua família novamente. Naquele mesmo dia, Clark reuniu um grupo de homens de sua confiança e os enviou para vigiar o apartamento de Olivia. Se ela ainda estava na cidade, não demoraria muito para aparecer. Eles receberam ordens claras: descobrir seus passos, entender seus movimentos e, se necessário, agir antes que ela pudesse causar algum estrago.O que Clark não imaginava era que Olivia já estava um passo à frente. Em um apartamento alugado em outra parte da cidade, Olivia observava o reflexo no espelho. Seu rosto, mesmo após o tratamento inicial, ainda carregava marcas das queimaduras. Mas aquilo não importava agora. Seus olhos refletiam algo muito mais intenso do que vaidade. Ódio.Ela d
Último capítulo