Alice Kim
Ela entrou igual um furacão, empurrando a porta, passando direto por mim. Olhou pra sala, pra cozinha, pro corredor.
— Garota, teu telefone tá desligado, você sumiu! Eu achei que tinha sido sequestrada! — Ela jogou a bolsa no sofá, tirou os óculos escuros. — Aliás... por que você está tão... vermelha? Tá suando, mulher! Tá doente?
— Eu? Quê? Não! Jamais! É... efeito do café. A cafeína. AQUELE CAFÉ BEM FORTE. MUITO FORTE. FORTÍSSIMO.
Zion, do lado da geladeira, mordeu o lábio, segurando o riso. A cara dele dizia: "Tu é muito ruim mentindo, Alice."
— Tá... — Júlia estreitou os olhos, cruzando os braços, desconfiada. — Tem alguma coisa estranha. Tem cheiro de... treta aqui. Eu sinto, Alice. EU SINTO NO AR.
E O AR REALMENTE TAVA DIFERENTE, MINHA FILHA. O AR TAVA CHEIO DE FEROMÔNIO E PECADO.
Ela foi até a bancada, abriu a geladeira. E, sim, quase deu de cara com Zion. Mas ele foi mais rápido. Se moveu pro outro lado, quieto, sorrindo, como se fosse parte da mobília.
Ela pegou uma