POV Zion Bellini
Eu fico parado na porta. O ar parece pesado demais pra respirar. A Alice na minha frente, só de toalha, cabelo pingando, a pele brilhando. Um fantasma molhado. Um desejo que eu enterrei mil vezes e que agora tá na minha cara, vivo, pulsando.
Meu corpo inteiro grita pra entrar. Mas minha cabeça manda eu correr. Eu tô quase virando as costas quando o celular vibra no bolso.
É meu pai. Atendo com a mão tremendo.
— Zion? — a voz dele sai abafada. — Eu preciso daqueles documentos do projeto, deixei no meu escritório em casa. Pega pra mim, por favor. Eu fecho os olhos. Respiro fundo.
— Tá… tá bom. Eu pego.
Desligo. O peito parece querer rasgar de dentro pra fora. Eu olho pra Alice. Ela segura a toalha com força, os olhos arregalados, as pernas tensas.
— Eu… eu só vou pegar uns papéis. — explico, com a voz seca, engasgada. — Nada mais.
Ela não responde. Só balança a cabeça, mas o olhar dela me atravessa, me deixa em carne viva. Passo por ela. Subo as escadas devagar, cada de