Capítulo 51

Os quatro dias que se seguiram ao enterro se desenrolaram em uma névoa de luto e memórias compartilhadas. A casa da família, que poucas semanas antes fora palco de uma celebração vibrante, agora ecoava com um silêncio pesado, que nem as conversas em voz baixa conseguiam preencher. Cada cômodo parecia guardar o fantasma de uma risada, cada objeto trazia à tona uma história.

Nesse cenário de dor, Isabella e Clara se tornaram a sombra uma da outra.

— Você comeu alguma coisa hoje? — perguntava Clara, aparecendo na porta do quarto de Isabella com uma bandeja.

— Não estou com fome — respondia Isabella, a voz abafada pelo travesseiro.

— Não perguntei se está com fome. Perguntei se comeu. — Clara deixava a bandeja na mesinha. — Sopa. Apenas tome um pouco. Por mim.

Elas se revezavam no cuidado com a mãe, Noemia, que se esforçava para manter uma fachada de força, mas cujos olhos, frequentemente perdidos no vazio, traíam a profundidade de sua perda. Eram nos pequenos gestos — uma
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